A Corte Internacional de Justiça (CIJ) ordenou ao governo do Azerbaijão, nesta quarta-feira (22), que ponha fim ao bloqueio de um eixo vital para o abastecimento da população em Nagorno-Karabaj, um território em disputa com a Armênia há mais de 30 anos.
O Azerbaijão "deve tomar todas as medidas ao seu alcance para garantir o movimento sem obstáculos de pessoas, veículos e bens ao longo do Corredor de Lachin em ambas as direções", disse a juíza da CIJ Joan Donoghue.
Há "urgência" para encerrar o bloqueio, o qual pode causar "um dano irreparável", acrescentou.
Ao mesmo tempo, a CIJ rejeitou um pedido feito pelo Azerbaijão ao tribunal para que ordenasse a Armênia a parar de implantar minas terrestres.
"O tribunal conclui que as condições para a indicação de medidas provisórias não são cumpridas", disse a juíza Donoghue.
Ambas ex-repúblicas soviética do Cáucaso, que travaram uma breve guerra em 2020, apelaram ao maior tribunal da ONU para que interviesse no conflito.
A Armênia acusa o Azerbaijão de "limpeza étnica", ao bloquear a disputada região separatista de Nagorno-Karabaj.
Desde meados de dezembro, azerbaijanos que se definem como defensores do meio ambiente e protestam contra as minas bloqueiam o Corredor de Lachin, uma estrada crucial que une a Armênia ao enclave.
Devido ao bloqueio, os cerca de 120.000 habitantes dessa região montanhosa sofrem com a escassez de alimentos, medicamentos e combustíveis.
Na segunda-feira, a União Europeia (UE) começou a mobilizar uma missão de observação na fronteira entre a Armênia e o Azerbaijão.
O risco de uma escalada continua sendo elevado nesse território de população predominantemente armênia, apesar dos avanços nas conversas de paz e dos esforços do Ocidente para encontrar um acordo pacífico.
* AFP