Os Guardiães da Revolução do Irã alertaram a União Europeia, neste sábado (21), para não cometer o "erro" de classificar a organização como um grupo "terrorista", depois que o Parlamento Europeu pediu para incluí-los na lista.
Na última quarta-feira (18), o Parlamento Europeu votou a favor da inclusão dos Guardiães da Revolução na lista de organizações "terroristas" do bloco por seu papel na repressão dos protestos no Irã e na entrega de drones à Rússia.
Essa votação não é vinculante, mas antecede uma reunião dos ministros das Relações Exteriores da UE para discutir o endurecimento das sanções contra o Irã, na próxima semana.
"Se os europeus cometerem um erro, haverá consequências", disse o chefe da organização, Hosein Salami, citado pelo site desse órgão, o Sepah News.
A União Europeia "pensa que, com uma declaração desse tipo, pode abalar um enorme exército", continuou Salami.
"Nunca nos preocupamos com esse tipo de ameaça, nem agimos em relação a elas, porque, quando nossos inimigos nos dão a oportunidade de agir, fazemos isso com mais força", acrescentou.
A Guarda Revolucionária supervisiona a força paramilitar de voluntários Basij, mobilizada para atuar contra os protestos que abalam o país desde a morte em setembro passado da jovem curdo-iraniana Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia policial. Ela foi detida acusada de violar o rígido código de vestimenta para as mulheres em vigor no país.
De acordo com as autoridades iranianas, centenas de pessoas, incluindo membros das forças de segurança, foram mortas, e milhares, presas, durante as manifestações.
* AFP