As universidades no Afeganistão foram proibidas para as mulheres porque elas "não respeitavam o código de vestimenta" - justificou o ministro talibã do Ensino Superior, Neda Mohammad Nadeem, durante uma entrevista à televisão estatal nesta quinta-feira (22).
"Essas estudantes que iam para a universidade [...] não respeitaram as instruções sobre o hijab [véu que cobre a cabeça e o pescoço]. O hijab é obrigatório no Islã", afirmou Mohammad Nadeem.
Além disso, segundo o ministro, as jovens que estudavam em uma província distante de seu local de residência "tampouco viajavam com um mahram, um acompanhante masculino adulto".
"Nossa honra afegã não permite que uma jovem muçulmana de uma província acabe em uma província distante sem que esteja acompanhada de seu pai, irmão ou esposo", declarou.
Na noite de terça-feira, em uma carta lacônica e sem explicações, o ministro ordenou que todas as universidades públicas e privadas do país impeçam que as estudantes continuem seus cursos.
Depois que os talibãs retomaram o controle do país, em agosto de 2021, as universidades foram obrigadas a adotar novas regras, em particular para separar as mulheres dos homens. Além disso, as estudantes só poderiam ter aulas ministradas por docentes mulheres ou homens idosos.
Este novo ataque aos direitos das mulheres causou comoção entre muitas jovens do país, que já eram excluídas das escolas de ensino médio, e também gerou condenação da comunidade internacional.
* AFP