O diretor da Agência de Energia Atômica do Irã afirmou que os resquícios de urânio enriquecido encontrados no país e que estão sendo investigados pelo órgão de controle nuclear da ONU vieram do exterior.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) denuncia há meses a "falta de respostas tecnicamente confiáveis" de Teerã sobre a presença de urânio enriquecido em três localidades do país.
O caso levou a AIEA a adotar duas resoluções contra a República Islâmica.
As instalações iranianas que, "segundo os serviços [de inteligência] estrangeiros abrigaram atividades nucleares" são "uma área de criação de gado, uma mina abandonada e um depósito de lixo", declarou o diretor do órgão iraniano, Mohammad Eslami, em entrevista publicada na quinta-feira (8) pelo jornal Hamshahri.
Segundo ele, os inspetores da AIEA recolheram "amostras de resíduos que entraram no Irã procedentes de diferentes países".
"Isto não significa que o local da descoberta fosse [...] de atividade nuclear não declarada", explicou.
"Em muitos casos, descobrimos que os resíduos importados do Iraque [...] estavam contaminados", acrescentou. "Não eram substâncias nucleares fabricadas por nós", insistiu.
O Irã e o G5+1 (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido, mais Alemanha) iniciaram conversas em abril de 2021, em Viena, para ressuscitar um acordo internacional de 2015 que garantia o caráter civil do programa nuclear iraniano, acusado de buscar armas nucleares.
Mas as negociações estão paralisadas, sobretudo pela questão envolvendo essas três localidades, sobre as quais a AIEA pede explicações acerca da presença de resquícios de urânio enriquecido.
* AFP