O Irã anunciou nesta segunda-feira (12) sanções contra o serviço de inteligência do Reino Unido, os comandantes militares britânicos e personalidades políticas alemãs em represália às "sanções ilegais" impostas pelos países europeus.
O porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Nasseri Kanani, acusou, em coletiva de imprensa, os europeus e britânicos de "interferência nos assuntos internos da República Islâmica" e afirmou que as sanções iranianas entrariam "em vigor hoje".
No total, Teerã impôs sanções a 32 pessoas e entidades. A lista inclui Ken McCallum, diretor-geral do serviço de inteligência MI5, e o chefe do Estado-maior, almirante Sir Tony Radakin.
Outras pessoas sancionadas são atuais e ex-membros do Parlamento britânico. O Tony Blair Institute for Global Change também está na lista.
Teerã também impôs sanções contra empresas e figuras políticas alemãs.
Entre elas estão Annegret Kramp-Karrenbauer, ex-líder da União Democrata Cristã da Alemanha e Claudia Roth, comissária de Cultura e Mídia do governo. A revista satírica francesa Charlie Hebdo e a filial persa da Rádio Free Europe também fazem parte da lista.
As pessoas sancionadas não poderão entrar no Irã e seus ativos serão congelados.
O Reino Unido e a Alemanha têm sido particularmente rígidos com a República Islâmica por sua repressão aos protestos desencadeados pela morte de Mahsa Amini, em 16 de setembro, uma mulher curda-iraniana que morreu após ser presa pela polícia da moral por supostamente infringir o código de vestimenta.
O Reino Unido e a União Europeia estenderam as sanções a autoridades e organizações iranianas no mês passado. Londres também anunciou novas sanções na sexta-feira, depois que o Irã realizou a primeira execução pública de uma pessoa envolvida nos protestos.
A segunda execução pública aconteceu nesta segunda-feira. Em represália, os ministros da UE planejam adotar uma nova série de sanções, "muito, muito severas", segundo o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
* AFP