Um tribunal de Teerã condenou à morte neste domingo (20) uma sexta pessoa, acusada de participar das manifestações no Irã, reportou a agência Mizan Online, da autoridade judicial.
A pessoa foi considerada culpada de "sacar uma faca com a intenção de matar, semear o terror e criar insegurança na sociedade durante os distúrbios recentes", acrescentou a fonte.
A corte considerou que se tratou de um "mohareb" ("inimigo de Deus" em persa), anunciou a Mizan Online.
Nos últimos dias, cinco pessoas foram condenadas à morte na República Islâmica. Cabe recurso para estas sentenças no Tribunal Supremo.
O Irã vive uma onda de protestos, desencadeada pela morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos, detida por violar o estrito código de vestuário que obriga as mulheres a usarem o véu em público.
As autoridades qualificam os protestos de "distúrbios" e detiveram milhares de pessoas, entre elas duas atrizes conhecidas, Hengameh Ghaziani e Katayoun Riahi, presas neste domingo.
Ghaziani foi detida por ter tirado o véu em público em um vídeo, segundo um veículo da imprensa oficial.
Segundo a agência oficial de notícias Irna, ela foi detida por incitar e apoiar os "distúrbios" e por contatar meios de comunicação da oposição.
A atriz, de 52 anos, tinha dito anteriormente que havia sido intimada a comparecer aos tribunais. Em seguida, publicou um vídeo em sua conta no Instagram, no qual tira o véu obrigatório.
"Talvez esta seja minha última mensagem", escreveu na última hora de sábado.
"A partir de agora, aconteça o que acontecer, saibam que sempre estarei com o povo iraniano até meu último suspiro", acrescentou.
No vídeo, a atriz olha para a câmera sem falar, antes de dar meia volta e prender os cabelos como fazem outras mulheres antes de participar dos protestos.
Riahi, de 60 anos, foi presa horas depois de sua companheira de profissão.
Em setembro, havia expressado sua solidariedade com as manifestações e sua oposição à obrigatoriedade para as mulheres iranianas de usar o véu islâmico, em uma entrevista concedida a uma emissora iraniana que opera a partir de Londres.
* AFP