Ao menos uma pessoa morreu e oito ficaram feridas nesta segunda-feira (14) em uma série de ataques do Irã contra grupos curdo-iranianos baseados no Curdistão iraquiano, que denunciam a repressão dos protestos na República Islâmica.
O Irã confirmou ataques com "mísseis e drones" contra grupos armados que estão há muito tempo no alvo de Teerã.
"Cinco mísseis iranianos foram disparados contra um edifício do Partido Democrático do Curdistão do Irã (PDKI)", afirmou Tariq al-Haidari, prefeito de Koysanjaq, localidade ao leste de Erbil, a capital da região autônoma do Curdistão do Iraque, que tem fronteira com o Irã.
A cidade abriga uma unidade do PDKI, facção armada que faz oposição ao governo de Teerã e critica de maneira veemente a repressão das manifestações que abalam o Irã.
"Uma pessoa morreu e oito ficaram feridas", anunciou o ministério da Saúde da região autônoma iraquiana.
Também foram registrados quatro ataques com drones contra bases do Partido Comunista iraniano e do grupo nacionalista curdo iraniano Komala na região de Zrgoiz, também no Curdistão iraquiano, afirmou Atta Seqzi, um dos líderes do Komala, à AFP.
Ele informou que os militantes foram "alertados sobre ataques iminentes" e abandonaram as instalações. "Não há mortos nem feridos", disse.
O Curdistão iraquiano abriga vários grupos de oposição iranianos curdos, que historicamente organizam uma insurreição armada contra Teerã, embora nos últimos anos tenham reduzido suas atividades.
Os ataques acontecem como parte de uma nova campanha do Irã contra os grupos de oposição curdos de origem iraniana que estão instalados no Curdistão do Iraque, iniciada há dois meses.
Em setembro, paralelamente à onda de manifestações que abalou o Irã, as forças iranianas atacaram várias bases do Komala e do PDKI.
Estes grupos convocam com frequência "manifestações pacíficas" e denunciam a repressão dos protestos motivados pela morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini.
Esta jovem curda iraniana de 22 anos morreu três dias depois de ser detida pela polícia da moralidade, supostamente por não usar o véu da maneira como exige o rígido código de vestimenta para as mulheres na República Islâmica.
No final de setembro, ao menos 14 pessoas morreram e 58 ficaram feridas, em sua maioria civis, em bombardeios do Irã, informaram as forças antiterroristas do Curdistão do Iraque.
Depois do ataque fatal, a Guarda Revolucionária, o braço ideológico das forças iranianas, afirmou que prosseguiria com as operações contra os grupos curdos.
* AFP