O Irã acusou nesta quarta-feira (23) Israel pela morte de um coronel da Guarda Revolucionária, força militar de elite do país, vítima de um ataque na segunda-feira (21) na Síria com uma bomba de fabricação caseira.
O governo iraniano acusa com frequência Israel por atos de sabotagem contra suas instalações nucleares e assassinatos de figuras-chave, incluindo cientistas.
"O coronel Davud Jafari, um dos conselheiros do Irã na Síria e membro da força aeroespacial da Guarda Revolucionária, foi assassinado [na segunda-feira] por associados do regime sionista [de Israel] com uma bomba caseira em uma estrada perto de Damasco", informou a agência de notícias Tasnim, citando uma declaração da Guarda.
A morte do oficial não foi confirmada pelas autoridades sírias.
De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), uma ONG independente com sede em Londres e que possui uma ampla rede de fontes na Síria, o coronel foi morto junto com seu guarda-costas sírio na explosão de uma bomba na passagem de seu veículo.
O ataque ocorreu perto de Sayyida Zeinab, um bairro ao sul de Damasco que abriga um santuário reverenciado por muçulmanos xiitas e com forte presença iraniana.
Ele foi o oficial da Guarda Revolucionária de maior escalão morto na Síria desde 23 de agosto, quando Teerã anunciou o "martírio" do general Abolfazl Alijani, membro das forças terrestres da Guarda que estava em missão na Síria.
Alijani foi descrito como um "defensor do santuário", termo usado para designar aqueles que trabalham em nome do Irã na Síria ou no Iraque.
- Centenas de ataques -
O departamento aeroespacial da Guarda Revolucionária é especializado na fabricação de drones, mísseis, dispositivos balísticos e satélites.
Em 24 de outubro, a força aérea israelense destruiu uma fábrica de drones iraniana localizada em território sírio em um bombardeio.
O Irã, que apoia o regime sírio de Bashar al-Assad na guerra que assola a Síria desde 2011, diz não manter tropas no país, apenas "assessores" militares da Guarda operando ao lado do Estado sírio.
"Sem dúvida, o criminoso regime sionista receberá a resposta adequada por este crime", diz o comunicado divulgado nesta quarta-feira.
Nos últimos anos, Israel realizou ataques aéreos na Síria, visando posições do regime, bem como forças aliadas apoiadas pelo Irã e combatentes do movimento pró-iraniano xiita libanês Hezbollah.
Em 9 de novembro, um ataque aéreo atingiu um comboio de armas e combustível de milícias pró-iranianas na Síria, perto da fronteira com o Iraque, matando pelo menos 14 pessoas, segundo uma ONG síria.
Israel geralmente não comenta sobre ataques específicos, mas admitiu centenas deles desde 2011.
* AFP