O presidente iraniano, Ebrahim Raissi, ordenou nesta quinta-feira (6) a abertura de uma investigação sobre a violência ocorrida na semana passada na cidade de Zahedan, no sudeste do país. Os acontecimentos deixaram cerca de 20 mortos, entre eles agentes, segundo um balanço oficial.
O site da presidência indicou em um comunicado que, "após os recentes acontecimentos de Zahedan, capital da província de Sistão-Baluchistão, o ministro do Interior Ahmad Vahidi foi ao local nesta quinta-feira, por ordem do presidente, para realizar uma investigação aprofundada sobre as origens e causas" da violência no último 30 de setembro.
De acordo com o último balanço registrado pela mídia iraniana, aproximadamente 20 pessoas morreram naquele dia. Entre as vítimas, seis membros das forças de segurança e o chefe provincial da inteligência da Guarda Revolucionária, o exército ideológico do Irã.
A agência de notícias iraniana Tasnim informou que o grupo rebelde sunita Jaish al-Adl, ativo na região, reivindicou a autoria de um ataque contra uma delegacia.
O influente líder da minoria muçulmana sunita no Sistão-Baluchistão, o religioso Molavi Abdol Hamid, rejeitou na quarta-feira (05), em seu site, "qualquer envolvimento de Jaish al-Adl ou de qualquer outro grupo" nos atos de violência em Zahedan.
Segundo ele, na última noite de sexta-feira (30) "um grupo de soldados, a pé e em veículos, disparou contra pessoas reunidas ao redor de uma mesquita, matando e ferindo vários jovens".
A província Sistão-Baluchistão, fronteira com Paquistão e Afeganistão, é uma região pobre, onde ocorrem atentados com frequência e confrontos entre forças de segurança e grupos armados.
A violência em Zahedan ocorre enquanto o Irã enfrenta uma onda de protestos após o óbito de uma jovem curda iraniana de 22 anos, no dia 16 de setembro. Ela foi morta após ser presa pela polícia da moral, em Teerã, por violar o rigoroso código de vestimenta da República Islâmica.
* AFP