O primeiro-ministro de Taiwan, Su Tseng-chang, afirmou, nesta terça-feira (11), que Elon Musk "não sabe muito" sobre a ilha, reagindo à declaração do bilionário de que ela deveria fazer parte da China.
O homem mais rico do mundo provocou grande indignação em Taiwan pela entrevista dada ao Financial Times, na qual abordou a tensa relação de Taiwan com a China.
Taiwan vive sob a ameaça de invasão de Pequim, que defende que a ilha faz parte de seu território.
Na entrevista, publicada na sexta-feira (7), Musk disse que Taiwan deveria chegar a um acordo "razoavelmente aceitável" com Pequim para se tornar uma "área administrativa especial" da China. Este é o modelo que a China usa com Macau e Hong Kong.
Há tempos, os líderes chineses sugerem a implementação do mesmo modelo para Taiwan, embora esta ideia seja inaceitável para a grande maioria dos taiwaneses, segundo pesquisas.
O primeiro-ministro Su Tseng-chang reagiu aos comentários de Musk nesta terça-feira.
"Musk é um empresário", disse Su, durante uma sessão no Parlamento.
"Tem uma grande fábrica de automóveis em Xangai e quer promover seus veículos elétricos [...] Um empresário, um dia diz uma coisa, e outro dia diz outra", acrescentou.
"Musk fala apenas para si mesmo, mas, na realidade, não sabe muito sobre Taiwan e também não entende as relações" entre Taipei e Pequim, insistiu.
Os comentários de Musk sobre Taiwan foram aplaudidos por várias autoridades chinesas, incluindo o embaixador da China em Washington, Qin Gang.
Na semana passada, Musk esteve no centro de uma polêmica midiática com autoridades ucranianas, incluindo o presidente Volodymyr Zelensky, por declarações sobre como pôr fim à invasão russa.
O magnata propôs um acordo de paz que consiste em voltar a organizar referendos de anexação à Rússia nas regiões ucranianas controladas por Moscou, sob a supervisão das Nações Unidas, além do reconhecimento da soberania russa na península da Crimeia - anexada por Moscou em 2014 - e que a Ucrânia se torne um país neutro.
O embaixador da Ucrânia na Alemanha, Andriy Melnyk, retrucou: "'Foda-se' é a resposta diplomática que tenho para você".
* AFP