Jornalistas iranianos denunciaram neste domingo (30) a prisão de vários de seus colegas pelas autoridades no contexto do movimento de protesto desencadeado no Irã pela morte da jovem Mahsa Amini há mais de um mês.
O Irã tem sido abalado por protestos desde a morte de Amini, em 16 de setembro, uma jovem curda iraniana que morreu três dias depois de ser detida em Teerã pela polícia da moral por violar o rígido código de vestimenta do país, que prevê o uso do véu em público.
Dezenas de pessoas, principalmente manifestantes, mas também membros das forças de segurança, morreram durante as manifestações, que as autoridades costumam descrever como "distúrbios". Centenas de outras, incluindo mulheres, foram presas.
O jornal reformista Sazandegi informou neste domingo que "mais de 20 jornalistas permanecem detidos", especialmente em Teerã, mas também em outras cidades. Outras pessoas foram convocadas pelas autoridades, acrescentou.
De acordo com a mídia local, mais de 300 jornalistas e fotojornalistas iranianos assinaram uma declaração criticando as autoridades por "prender [seus] colegas e privá-los de seus direitos de cidadania após a prisão".
"Eles não tiveram acesso aos seus advogados, foram interrogados e acusados antes de terem audiência pública", acrescentou o texto, que pede às autoridades que os libertem.
Em comunicado publicado no jornal Etemad, a Associação de Jornalistas de Teerã rejeitou como "ilegal" e "em conflito com a liberdade" de imprensa "a abordagem de segurança em relação ao trabalho do jornalista".
* AFP