Autoridades do Curdistão autônomo, no norte do Iraque, revelaram no domingo (16) a primeira fase de um sítio arqueológico com baixos-relevos de 2.700 anos esculpidos nas paredes de um canal de irrigação da época assíria.
Localizadas no sítio de Faida, as inscrições foram descobertas nos últimos anos por uma missão, da qual participaram arqueólogos italianos da Universidade de Udine e seus colegas da região do Curdistão.
Os baixos-relevos datam dos reinados do rei assírio Sargão II (721-705 a.C.) e de seu filho e sucessor, Senaqueribe.
Em meio a uma paisagem montanhosa e rochosa, uma cerimônia oficial de abertura foi organizada hoje, na presença do governador de Dohuk, no Curdistão autônomo, e do embaixador italiano no Iraque, Maurizio Greganti.
O local contém um canal de irrigação de dez quilômetros de extensão que data do período assírio. Até agora, 13 baixos-relevos monumentais talhados em suas paredes foram descobertos.
"Talvez mais painéis sejam descobertos no futuro", afirmou Bekas Brefkany, da Direção Geral de Antiguidades de Dohuk.
Os baixos-relevos teriam sido encomendados por Sargão II, ou por Senaqueribe, como explicou o codiretor italiano da missão arqueológica Daniele Morandi Bonacossi, em entrevista à AFP em 2021.
Cada parte do baixo-relevo representa um rei assírio, rezando diante das sete divindades mais importantes do panteão assírio, representadas como estátuas.
Rei da Assíria no século VIII a.C., Sargão II estabeleceu sua capital no norte do Iraque, no que hoje é a planície de Nínive, perto de Mossul.
O sítio de Faida é o primeiro de um total de cinco parques similares que as autoridades do Curdistão planejam criar.
No longo prazo, o projeto será "uma atração turística e uma fonte de receita", disse Brefkany à AFP.
* AFP