Em uma cidade situada na linha de frente no noroeste da Síria, dividida entre o governo de Bashar al-Assad e os rebeldes, meninos e meninas chegaram para ter aula em um prédio de janelas quebradas, sem portas, salas, cadeiras, ou energia elétrica.
Meninas com mochilas cor-de-rosa, e meninos, com azuis, brincam no pátio em Tadif, 32 quilômetros ao leste da cidade de Aleppo.
Gravemente afetada pela guerra na Síria que se arrasta desde 2011, Tadif fica ao longo do que hoje é a linha de frente que separa as forças do governo e os rebeldes apoiados pela Turquia.
A maioria das oito escolas da região foi completamente destruída.
Uma deles abriu suas portas esta semana, recebendo cerca de 300 alunos procedentes do setor nas mãos dos rebeldes em Tadif. Em uma sala de aula improvisada e na penumbra, as crianças assistem a uma aula de matemática.
"Por causa da guerra, a maioria das escolas da cidade foi destruída, e não podemos reconstruí-las", lamentou Salah al-Khamas, professor de matemática, em entrevista à AFP.
Mohamed al-Akil, prefeito de Tadif e pai de dois filhos, diz que matriculou seus filhos na escola de uma cidade vizinha.
"Só podemos receber 300 alunos de 3.000", justificou.
Esta escola em Tadif faz parte de várias tentativas desesperadas de garantir o acesso à educação no noroeste da Síria, onde 44% das crianças em idade escolar estão fora da escola, relata a ONU. Segundo a mesma fonte, as crianças representam mais da metade dos quatro milhões de habitantes desta região.
"Centenas de escolas foram danificadas, ou destruídas, pelo bombardeio, e muitas crianças não estão na escola", lamenta o vice-coordenador regional da ONU para a Síria, Mark Cutts.
* AFP