O governo do Chile ordenou uma investigação sobre uma "falha de segurança" detectada nos e-mails da cúpula militar e ordenou o retorno urgente da ministra da Defesa, Maya Fernández, que se encontrava nos Estados Unidos.
O Ministério da Defesa Nacional disse na noite de quarta-feira (21) que, devido "à falha de segurança nos e-mails do Estado-Maior Conjunto", o presidente Gabriel Boric instruiu o retorno da ministra Fernández, que o acompanhava em uma viagem oficial por ocasião da Assembleia Geral da ONU em Nova York, "para liderar a resposta a esses eventos".
"O governo ordenou uma súmula administrativa para determinar as responsabilidades correspondentes. Além disso, os antecedentes foram postos à disposição da Justiça militar para dar origem à investigação criminal", acrescentou o breve comunicado à imprensa.
Ontem, Fernández participaria de uma homenagem organizada pelo governo chileno para seu avô, o presidente socialista deposto Salvador Allende (1970-1973), pelo 50º aniversário de sua participação na Assembleia das Nações Unidas. Teve, no entanto, de voltar para o Chile, após ser informada da ciberinvasão.
Segundo o jornal El Mercurio, a informação sobre a invasão foi divulgada em plataformas que divulgam as atividades de "hackers".
Nelas, o grupo identificado como "Guacamaya" teria divulgado documentos confidenciais da Defesa chilena que abrangeriam cerca de cinco anos, a primeira de várias revelações que poderão acontecer de governos latino-americanos.
De acordo com o jornal, entre os arquivos divulgados estariam alguns relacionados com os eventos ocorridos após as manifestações sociais em massa nas ruas do Chile em 18 de outubro de 2019. O movimento durou várias semanas e terminou em 30 mortos.
* AFP