A polícia chilena prendeu nesta quarta-feira (24) Héctor Llaitul, líder da Coordenadoria Arauco Malleco (CAM), umas das principais organizações de radicais mapuche à qual se atribui incêndios florestais no sul do Chile.
Segundo o promotor regional de La Araucania, Roberto Garrido, a detenção ocorreu com base em uma investigação inciada em 2020, quando o governo do direitista Sebastián Piñera invocou contra ele a lei de Segurança Interna do Estado.
Llaitul é acusado de roubo de madeira, usurpação e desacato à autoridade, indicou o Ministério Público.
"Com a investigação (...), conseguimos comprovar não apenas a existência dos crimes, mas também a participação do acusado", acrescentou Garrido.
O líder mapuche reconheceu em várias declarações à imprensa a autoria por membros da CAM de atentados incendiários durante as históricas reivindicações de terras no sul do Chile. Também reconheceu ter instigado a resistência armada a expulsar empresas florestais dos territórios que os mapuches consideram sua propriedade por direitos ancestrais nas regiões de Biobio e La Araucanía.
Outros grupos rebeldes também atuam na região, além de organizações criminosas de roubo de madeira, segundo a imprensa. A constante tensão levou o governo do esquerdista Gabriel Boric a convocar militares no local desde 16 de maio.
Os mapuches são os primeiros habitantes do Chile e da Argentina. No Chile, representam 9% da população total de 19 milhões de habitantes.
* AFP