A Turquia quer obter o "apoio de Rússia e Irã na luta contra o terrorismo" na Síria, disse, nesta terça-feira (19), o presidente Recep Tayyip Erdogan, em paralelo à reunião com os líderes desses países em Teerã, enfatizando que "palavras não são suficientes".
"O que esperamos de Rússia e Irã é seu apoio frente ao terrorismo", insistiu Erdogan, após citar os principais movimentos curdos que operam no nordeste da Síria, perto da fronteira com a Turquia, onde os turcos ameaçam realizar uma intervenção desde maio.
Erdogan quer criar uma "zona de segurança" ao longo de sua fronteira sul para limitar as operações do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em idioma curdo) e de seus aliados.
Durante uma coletiva de imprensa conjunta com os líderes russo e iraniano, após a reunião, Erdogan afirmou que ouviu seus "estimados amigos dizerem que entendem as preocupações de Turquia", e agradeceu por isso, mas ressaltou que "palavras não são suficientes".
Nas últimas semanas, Irã e Rússia advertiram a Turquia para os riscos de uma operação desse calibre.
"Não há lugar na região para os movimentos terroristas separatistas e seus aliados, isso deve ficar claro para todos. Continuaremos a nossa luta contra as organizações terroristas", alertou o presidente turco.
"O terrorismo [das organizações curdas] constitui uma ameaça para todos nós", mas "ainda não aconteceu o seu recuo para 30 quilômetros [de distância] de nossas fronteiras", acrescentou, ao se referir a um acordo firmado em 2019 com Washington e Moscou.
Esse pacto pôs fim a uma operação das forças especiais turcas, auxiliadas por combatentes sírios, que deixou centenas de mortos e deslocados em outubro de 2019.
* AFP