O Irã voltou a pedir aos Estados Unidos garantias sobre os benefícios econômicos de restabelecer o acordo nuclear de 2015 entre as grandes potências e Teerã, atualmente paralisado.
"Os americanos ainda não nos garantiram que poderíamos nos beneficiar plenamente das vantagens econômicas do acordo" e que o Irã não será enganado, disse o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir Abdollahian, à televisão estatal.
Os Estados Unidos "devem aceitar o cumprimento de certos compromissos e garantias" para evitar que o Irã tropece duas vezes na mesma pedra, como aconteceu em 2018, disse o ministro das Relações Exteriores.
Desde abril de 2021, são realizadas negociações, sob os auspícios da União Europeia (UE), para reintegrar os Estados Unidos ao acordo sobre o programa nuclear iraniano, alcançado em 2015 em Viena entre o Irã, a UE e outras seis grandes potências.
Os Estados Unidos se retiraram do acordo durante a presidência do republicano Donald Trump e retomaram as sanções contra o Irã. Em resposta, o Irã foi progressivamente ignorando o cumprimento dos compromissos do pacto.
"Já temos um texto pronto. Concordamos com 95% do conteúdo com todas as partes", explicou Abdollahian, que ressaltou que o Irã está "sério" em sua intenção de "alcançar um acordo sólido e duradouro, mas não a qualquer preço ".
No final de junho, o Catar sediou uma mesa de diálogo indireto entre o Irã e os Estados Unidos, mas após dois dias de discussões, nenhum progresso foi feito.
Na quinta-feira, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, explicou que o Irã "parece não ter tomado (...) as decisões políticas necessárias para garantir um retorno conjunto ao acordo".
Seu homólogo iraniano, Naser Kanani, declarou nesta sexta-feira que a "indecisão" dos Estados Unidos é o "principal obstáculo para um acordo".
* AFP