O Irã afirmou nesta segunda-feira (13) que todas as medidas tomadas para reverter os compromissos assumidos em virtude do acordo internacional de 2015 sobre seu programa nuclear são "reversíveis".
"Se um acordo for assinado em Viena amanhã, todas as medidas tomadas pelo Irã serão tecnicamente reversíveis", declarou à imprensa o porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Saïd Khatibzadeh.
As negociações para reativar o acordo, que acontecem em Viena, estão estagnadas desde março. Seu objetivo é reintroduzir os Estados Unidos em um pacto alcançado entre Teerã e as principais potências mundiais para evitar que o Irã fabrique a bomba atômica.
O acordo de 2015, conhecido como Plano de Ação Integral Conjunta, aliviou o Irã das sanções econômicas ocidentais em troca de restrições em suas atividades nucleares.
Mas em 2018, o então presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, se retirou do pacto e voltou a impor sanções contra Teerã, o que levou o Irã a começar a violar seus próprios compromissos.
Khatibzadeh considerou nesta segunda-feira que o diálogo em Viena poderia dar resultados se os Estados Unidos pararem de "usar as negociações como alavanca" e "concordem em cumprir integralmente seus compromissos".
"Infelizmente, os Estados Unidos estão prolongando as negociações e querem resolver algumas das questões bilaterais por meio das negociações de Viena, o que é impossível", acusou.
Na semana passada, o Irã retirou algumas câmeras que permitiam que inspetores internacionais monitorassem suas atividades nucleares em resposta a uma resolução ocidental aprovada em 8 de junho, na qual a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) denunciou a falta de cooperação de Teerã. Irã afirma, porém, que as câmeras removidas não fazem parte do acordo de garantias.
* AFP