Milhares de pessoas se manifestaram no Irã em apoio aos palestinos nesta sexta-feira (29), durante o "Dia de Jerusalém", cidade onde foram registrados confrontos entre a polícia israelense e manifestantes palestinos, 40 pessoas ficaram feridas.
Desde a revolução islâmica de 1979, o "Dia do Al Qods" (Jerusalém em árabe) é realizado anualmente na última sexta-feira do Ramadã, o mês do jejum muçulmano, em solidariedade aos palestinos.
O Irã não reconhece seu arqui-inimigo Israel e o apoio à causa palestina tem sido um pilar de sua política externa desde a revolução.
As manifestações desta sexta-feira aconteceram em Teerã e em outras grandes cidades iranianas, como Mashhad (nordeste), Isfahan (centro) e Tabriz (nordeste), segundo imagens divulgadas pela televisão estatal IRIB.
"Morte aos Estados Unidos e Israel", diziam os manifestantes, com bandeiras palestinas e iranianas. "Jerusalém é nossa", dizia um cartaz.
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, fez um pronunciamento em árabe na televisão, direcionado ao povo palestino.
"A República Islâmica do Irã respalda e apoia a resistência palestina (...) e condenamos o movimento traiçoeiro de normalizar as relações (com Israel)", disse.
Khamenei também comentou sobre o apoio dos países ocidentais à Ucrânia.
"Estão fazendo muito barulho sobre a situação na Ucrânia (...) [e] estão em completo silêncio sobre os crimes na Palestina", criticou.
Nas últimas duas semanas, violentos confrontos deixaram mais de 250 palestinos feridos na Esplanada das Mesquitas.
Os protestos aconteceram em um contexto de escalada após quatro ataques desde o fim de março em Israel, que resultaram na morte de 14 pessoas. Em resposta, o exército israelense realizou várias operações na Cisjordânia.
Lugar sagrado para o Islã e o Judaísmo, a Esplanada está situada na parte oriental de Jerusalém, ocupada por Israel desde 1967, e posteriormente anexada.
A presença de um grande número de judeus na Esplanada das Mesquitas durante o Ramadã, que permitiu que as visitas ocorressem sob certas condições e em momentos específicos, sem poder rezar, e longe das forças de segurança, foram classificados como uma "provocação" pelos palestinos e outros países da região.
* AFP