Manifestantes pró-democracia protestaram debaixo de chuva neste sábado (4), em Bangcoc, depois que o primeiro-ministro da Tailândia, Prayut Chan-O-cha, conseguiu se livrar de uma moção de censura no Parlamento.
Mais de 300 pessoas desfilaram pelo centro da capital com bandeiras vermelhas e capas de chuva.
"O governo deveria ter saído. Se as coisas estivessem bem, por que sairíamos para protestar?", questionou um manifestante, de 28 anos, na conversa com a AFP.
Antes do início do protesto, a polícia bloqueou com contêineres as principais ruas que levam ao Parque Lumphini, de localização central, onde os manifestantes planejavam se concentrar.
O centro da cidade foi ocupado por um forte esquema policial, com agentes do Batalhão de Choque e caminhões-pipa estacionados.
"A gestão que o governo está fazendo da covid é muito ruim. Meu pai está desempregado, e minha mãe foi infectada, apesar de ter recebido duas doses da (vacina da) Sinovac", contou um manifestante, de 21 anos, à AFP, referindo-se vacina anticovid-19 de fabricação chinesa.
Nesta semana, parlamentares tailandeses debateram uma moção de censura, promovida pela oposição, sobre a gestão econômica e da pandemia por parte do governo. Esta foi a terceira moção de censura sofrida pelo Executivo desde as eleições de 2019.
Na manhã deste sábado, Prayut e outros cinco ministros conseguiram permanecer no cargo, ao angariarem apoio suficiente do Parlamento, após uma semana de rumores de que alguns membros da coalizão de governo retirariam seu apoio ao Executivo.
Apesar da vitória de hoje, o governo permanece sob forte pressão, devido à lenta campanha de vacinação contra o coronavírus e às consequências econômicas das restrições impostas contra a pandemia da covid-19.
A situação econômica do país, que também sofre a terceira onda da pandemia, é a pior desde a crise financeira asiática de 1997.
Até o momento, mais de 1,2 milhão de casos e 12.000 mortes por covid-19 foram registrados na Tailândia.
* AFP