Cinco ativistas tailandeses pró-democracia foram indiciados nesta quarta-feira (31) por tentativa de violência contra a rainha, uma acusação pouco comum neste país onde a monarquia é um tema tabu.
Os cinco militantes, que se encontram em liberdade sob fiança, enfrentam penas que variam de 16 anos à prisão perpétua.
Se forem declarados como tendo colocado a vida da rainha em risco, podem ser condenados à pena de morte, de acordo com o artigo 110 do Código Penal tailandês, que pune qualquer "ato de violência contra a rainha, ou sua liberdade".
Em outubro de 2020, o comboio, em que estavam a rainha Suthida e o príncipe Dipangkorn Rasmijoti, passou por um bairro no centro de Bangcoc, onde mais de 10.000 pessoas protestavam.
Dezenas de manifestantes levantaram três dedos na frente de seu veículo, um sinal de resistência retirado do filme "Jogos Vorazes" e um gesto de desafio à autoridade real sem precedentes neste país, onde a monarquia é protegida por uma enorme legislação sobre crimes de lesa-majestade. A polícia fez algumas prisões.
Um dos réus, Bunkueanun "Francis" Paothong, de 21 anos, declarou nesta quarta-feira que não tinha qualquer intenção de causar danos à rainha, explicando à imprensa que viveu "cinco insuportáveis e terríveis meses" de limbo judicial.
Além da saída do primeiro-ministro Prayut Chan-O-Cha e de uma nova Constituição, a mobilização pró-democracia, deflagrada em julho passado na Tailândia, pede uma reforma da monarquia. Até muito recentemente, o assunto era um tabu total no reino.
Quase 20 manifestantes estão presos no momento, acusados de crimes de lesa-majestade e de sedição.
* AFP