Centenas de árabes israelenses se manifestaram nessa sexta-feira (5) em Umm al-Fahm, no norte de Israel, após a morte de um estudante abatido pela polícia durante um tiroteio no início da semana, observou um jornalista da AFP.
O protesto aconteceu apesar das manifestações serem restritas devido ao combate à pandemia do coronavírus.
"Fora polícia!", gritou a multidão em frente a comissária de polícia de Umm al-Fahm, uma cidade árabe do norte de Israel, exigindo mais medidas políticas contra a criminalidade nos setores árabes.
Os manifestantes exigem que a "polícia e o governo parem de falar e comecem a agir", disse o deputado árabe Yousef Jabareen no Twitter.
"Os dias passaram e as vítimas se amontoam. As autoridades nos abandonaram a nossa sorte, e nos deixam naufragar na sangria de nossos filhos e em um mar de armas ilegais".
Na segunda a noite, um jovem árabe israelense foi abatido pela polícia durante um tiroteio com supostos criminosos em Tamra, a cerca de 30 km de Haifa (norte).
Milhares de pessoas compareceram ao funeral do jovem, Ahmad Hijazi, na terça-feira à noite. Ele tinha 20 anos e estudava enfermagem, segundo a imprensa israelense.
Os árabes israelenses, descendentes dos palestinos que permaneceram em suas terras depois da criação de Israel, em 1948, representam aproximadamente 20% da população israelense.
Se declaram vítimas de discriminação, principalmente desde que o Parlamento adotou uma lei em 2018 que define Israel como o "Estado-Nação do povo judio" e que concede aos judeus o direito "único" a auto-determinação.
* AFP