Um surto de coronavírus detectado no maior mercado de frutos do mar da Tailândia já causou mais de 1.000 infecções, e as autoridades analisam, nesta terça-feira (22), como implementar um amplo confinamento para tentar conter a propagação da doença.
Na quinta-feira passada, um vendedor de camarão de 67 anos no mercado de Mahachai, na província de Samut Sakhon, a sudoeste de Bangkok, deu resultado positivo. Em poucos dias, a pandemia se espalhou.
Até esta terça-feira, os positivos confirmados somavam 1.063 casos, de um total de 6.156 pessoas que realizaram os testes. Um número que chocou um país que, desde o início de 2020, registrou apenas pouco mais de 4.300 casos de covid-19.
A taxa de infecção relacionada ao mercado caiu ligeiramente, de 40% para 27,91%, graças às medidas sanitárias, disse o governador de Samut Sakhon, Veerasak Vijitsaengsri.
"Começamos a ver luz no fim do túnel", disse ele à imprensa.
A maioria das pessoas infectadas é de birmaneses que vão trabalhar no próspero setor de pesca e frutos do mar na Tailândia. As autoridades ordenaram o confinamento de trabalhadores birmaneses em suas casas, localizadas perto do mercado.
O primeiro-ministro Prayut Chan-o-Cha ameaçou aplicar duras sanções aos que levam trabalhadores migrantes birmaneses para o país.
"Eles devem ser perseguidos sem qualquer tipo de indulgência", declarou, em um discurso televisionado.
O governo controla de perto esses trabalhadores e está disposto a promulgar novas medidas de confinamento no mercado, e até suspender as festividades de Ano Novo, afirmou o vice-primeiro-ministro Prawit Wongsuwan.
A Tailândia compartilha uma fronteira porosa de mais de 2.400 km com Mianmar, um país que registra mais de 1.000 casos de covid-19 por dia.
* AFP