Uma funcionária sérvia lançou dúvidas nesta quarta-feira (9) sobre a intenção de Belgrado de transferir sua embaixada em Israel para Jerusalém, dizendo que ela "não é definitiva", menos de uma semana depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a decisão.
Em uma reunião na Casa Branca na semana passada entre os ex-inimigos balcânicos Sérvia e Kosovo, o primeiro-ministro kosovar, Avdullah Hoti, concordou em reconhecer o Estado de Israel e o presidente sérvio Aleksandar Vucic prometeu mudar sua embaixada de Tel Aviv para a cidade sagrada, seguindo os passos de Washington.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, comemorou o fato de a Sérvia ser o primeiro país europeu a concordar em transferir sua embaixada para Jerusalém, quase três anos depois de os Estados Unidos reconhecerem Jerusalém como a capital de Israel.
Embora Trump tenha anunciado a decisão como um acordo fechado, a principal assessora de mídia do presidente sérvio indicou que não se trata de uma decisão final. "Por enquanto, não aceitamos nada, nada foi assinado", disse Suzana Vasiljevic à mídia local.
"Veremos como a situação evolui e como Israel se comportará quando suas relações com Kosovo estiverem em dúvida", acrescentou. O ministro das Relações Exteriores da Sérvia não quis fazer comentários.
Segundo a imprensa israelense nesta quarta-feira, uma fonte anônima "próxima" do presidente sérvio afirmou que o país não mudaria sua embaixada se Israel reconhecer Kosovo. Kosovo, uma ex-província sérvia que continua lutando pelo reconhecimento internacional, comemorou.
Dúvidas sobre a transferência da embaixada da Sérvia surgiram depois que um vídeo mostrou Vucic surpreso quando Trump anunciou seu compromisso com a mudança. O presidente sérvio mais tarde insistiu que só se surpreendeu com a menção do prazo para a medida, julho de 2021.
* AFP