O supertufão Mangkhut destruía as Filipinas neste sábado (15), após ser considerada a mais forte a atingir a região este ano, e deixava suas primeiras vítimas, além de obrigar milhares de pessoas a deixar suas casas.
Aproximadamente quatro milhões de pessoas estavam no caminho da tempestade, que chegou à parte norte da ilha de Luzon, deixando pelo menos quatro mortos.
"À medida que (o tufão) avançar, esse número vai subir", assinalou a jornalistas Ricardo Jalad, diretor do escritório nacional de Defesa Civil, referindo-se ao número de vítimas.
Enquanto a poderosa tempestade deixava o arquipélago do sudeste asiático e ia em direção a Hong Kong e ao sul da China, as autoridades filipinas começaram a enviar equipes de busca para as áreas remotas.
A extensão da destruição começou a ser contabilizada mais tarde neste sábado, com relatos de deslizamentos, alagamentos e resgate de pessoas em casas inundadas.
Pouco mais de 105.000 pessoas deixaram suas casas na região agrícola, em grande parte rural, a fim de escapar do furioso tufão.
Ao deixar as Filipinas, Mangkhut tinha ventos sustentados de 170 km/h e rajadas de até 260 km/h.
Uma média de 20 tufões e tempestades atingem as Filipinas a cada ano, matando centenas de pessoas e deixando milhões na pobreza quase perpétua.
Duas mulheres morreram em decorrência de um deslizamento de terra, uma menina se afogou e um segurança foi atingido pela queda de um muro. Além dos quatro mortos nas Filipinas, uma mulher foi arrastada para o mar em Taiwan.
- 'Fim do mundo' -
"Entre todos os tufões deste ano, este (Mangkhut) é o mais forte", indicou à AFP o meteorologista da Agência Meteorológica do Japão Hiroshi Ishihara, na sexta-feira.
"Este é um tufão violento. Tem os mais fortes ventos sustentados (entre os tufões deste ano)."
Sobreviventes estavam traumatizados ao enfrentarem o monstruoso tufão.
"Parecia o fim do mundo... É mais forte que Lawin", disse Bebeth Saquing, de 64 anos, usando o nome local do supertufão Haima, uma das tempestades mais fortes de 2016.
"Eu não dormi", contou à AFP, por telefone, em sua casa, que resistiu aos golpes de Mangkhut.
A tempestade mais letal a atingir o país foi o supertufão Haiyan, que deixou mais de 7.350 mortos ou desaparecidos na região central das Filipinas em novembro de 2013.
As comunidades pobres dependentes da pesca são algumas das mais vulneráveis aos fortes ventos dos tufões.
Enquanto a tempestade se dirige à costa sul da China, a Cathay Pacific declarou esperar mais de 400 cancelamentos de voos nos próximos três dias.
O governo de Hong Kong informou que Mangkhut representará "uma ameaça severa para a região", enquanto muitos habitantes da cidade e da vizinha Macau se abasteciam alimentos e suprimentos.
A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, avisou aos cidadãos para se prepararem.
"O tufão é poderoso e, mesmo que não atinja diretamente Taiwan, temos que estar bem preparados e não encarar tranquilamente", escreveu no Facebook.
* AFP