O atacante Luighi, de 18 anos, demonstrou toda sua indignação após ser vítima de racismo durante uma partida do Palmeiras, na Copa Libertadores Sub-20, nesta quinta-feira, contra o Cerro Porteño, no Paraguai.
O jogador foi alvo de cusparadas dos torcedores no Estádio Gunther Vogel, na região metropolitana de Assunção, e disse ter sido chamado de macaco. Pelas imagens da transmissão da TV, foi possível ver um homem com uma criança no colo imitando o animal, provocando os brasileiros.
Ao final do jogo, Luighi chorou e deu uma entrevista comovente para a Conmebol TV. "É sério isso? Fizeram racismo comigo. Até quando? O que fizeram comigo foi crime. Você vai perguntar sobre o jogo mesmo? A Conmebol vai fazer o que sobre isso? Você não ia perguntar sobre isso, né? Fizeram um crime comigo. Aqui é formação, a gente tá aprendendo aqui."
Os atos racistas se iniciaram após o Palmeiras fazer 3 a 0 sobre o Cerro Porteño, por volta dos 35 minutos do segundo tempo. Apesar dos atletas do time brasileiro terem mostrado ao árbitro da partida o que estava ocorrendo na arquibancada, o jogo continuou normalmente até o final e a equipe alviverde venceu por 3 a 0.
O Palmeiras se manifestou em nota oficial: "É inadmissível que, mais uma vez, um clube brasileiro tenha de lamentar um ato criminoso de racismo ocorrido em jogos válidos por competições da CONMEBOL. A Sociedade Esportiva Palmeiras presta toda solidariedade aos atletas do clube que estão disputando a Libertadores Sub-20 no Paraguai e comunica que irá até as últimas instâncias para que todos os envolvidos em mais esse episódio repugnante de discriminação sejam devidamente punidos. Racismo é crime! E a impunidade é cúmplice dos covardes! As suas lágrimas, Luighi, são nossas! A Família Palmeiras tem orgulho de você!"
A reportagem do Estadão entrou em contato com a Conmebol e aguarda o posicionamento da entidade.