Pela primeira vez desde a eliminação diante do Real Madrid, Julián Álvarez, atacante do Atlético de Madrid, falou sobre a anulação do pênalti que resultou na derrota para o rival da cidade na disputa por penalidades máximas nas oitavas de final da Liga dos Campeões. Ex-jogador do Manchester City, ele lamentou o lance e pediu para que haja uma revisão da regra em casos de lances acidentais - como o que se deu na competição europeia.
"Já vi (o lance) mil vezes. Há vídeos em todos os lugares. Não consigo sentir a bola. Se foram dois toques, o contato é mínimo e é muito difícil perceber", afirmou o atacante, logo após o duelo entre Argentina e Uruguai pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
O argentino converteu sua cobrança na disputa, mas o lance foi rapidamente checado pelo árbitro de vídeo (VAR) e anulado, constatando um duplo toque do atacante na finalização - algo que não é permitido pelas regras do esporte. Ao retornar ao meio do campo, Álvarez teria dito, pelas imagens da transmissão, que "poderia ter tocado" na bola duas vezes, mas não tinha certeza.
Esta não é a primeira ocasião em que um pênalti é checado pelo VAR pela possibilidade de dois toques no momento da finalização. Na regra atual, em casos como o ocorrido na Liga dos Campeões, o gol é anulado, mas o cobrador não tem a possibilidade de repetir a finalização. Na opinião de Álvarez, deveria haver uma segunda chance, semelhante ao que ocorre quando o goleiro se adianta e defende o pênalti.
"As regras precisam ser um pouco mais claras, porque não estou tentando tirar vantagem. Por exemplo, quando o goleiro avança e defende um pênalti, repete-se a cobrança. E isso não é para tirar vantagem alguma. É uma pena o que aconteceu", defendeu o atacante do Atlético de Madrid.
Após o lance do argentino, o Real Madrid ainda desperdiçou sua cobrança Lucas Vázquez, mas Llorente acertou o travessão e Rudiger selou a classificação do clube merengue às quartas de final para encarar o Arsenal.
Uma revisão da regra já será discutida pela Fifa, Uefa e International Football Association Board (Ifab). No dia seguinte ao lance, que gerou revolta do Atlético de Madrid, a entidade europeia revelou as imagens que foram analisadas pelo VAR e que, de fato, constatam o duplo toque de Álvarez na cobrança.
"Embora mínimo, o jogador fez contato com a bola usando seu pé de apoio antes de chutá-la. Sob a regra atual, o VAR teve que chamar o árbitro sinalizando que o gol deveria ser anulado", explicou a Uefa, à época. As partes discutirão a alteração da regra para os casos em que o duplo toque é acidental - como ocorrido no lance com Álvarez.