O zagueiro da Inter de Milão Francesco Acerbi deixou nesta segunda-feira (18) a concentração da seleção da Itália, que se prepara para disputar dois amistosos nos Estados Unidos, após as informações de que proferiu insultos racistas contra o brasileiro Juan Jesus, do Napoli.
Em comunicado, a Federação Italiana de Futebol (FIGC) informou que Acerbi deu sua versão dos fatos a seus companheiros de seleção e ao técnico Luciano Spalletti "sobre o suposto comentário racista".
"Não tinha a intenção de ser difamatório", acrescentou a FIGC sobre a resposta de Acerbi, que foi retirado da lista de 28 jogadores convocados para enfrentar Venezuela (na quinta-feira 21 de março na Flórida) e Equador (no domingo, 24 de março em Nova York) em jogos preparatórios para a Eurocopa da Alemanha-2024, na qual a Itália vai defender seu título.
O zagueiro da Roma Gianluca Mancini foi escolhido para substituir Acerbi, de 36 anos e com 34 partidas por sua seleção, que será interrogado pelas autoridades disciplinares da FIGC depois que Juan Jesus afirmou que o italiano usou um insulto racista durante o empate entre Inter e Napoli em 1 a 1 no domingo.
Nas imagens da partida, o zagueiro brasileiro reclama com o árbitro Federico La Penna, aparentemente dizendo: "Ele me chamou de negro".
Depois do jogo, Juan Jesus, que marcou o gol de empate do Napoli, afirmou que Acerbi "passou do ponto", mas que ambos haviam esclarecido as coisas.
"Ele se desculpou e percebeu que tinha ido longe demais... São coisas que acontecem em campo e ficam no campo", declarou o brasileiro à plataforma DAZN.
Nesta segunda-feira, Juan Jesus reagiu no Instagram, insistindo que houve de fato um insulto racista.
"Para mim o assunto foi encerrado ontem (domingo) em campo com as desculpas da Acerbi e sinceramente teria preferido não voltar a algo tão vil como o que tive que sofrer. Mas hoje li declarações da Acerbi que contradizem totalmente a realidade dos fatos, com o que disse ontem no campo e com as provas também mostradas pelas imagens e lábios inconfundíveis nos quais pede perdão", explicou.
"O racismo se combate aqui e agora", afirma num texto que termina com a hashtag #notoracism.
O agente de Acerbi, Federico Pastorello, negou que o jogador tenha usado termos racistas, em entrevista à Rádio Sportiva.
"Pelo que Acerbi me contou, houve um desentendimento em campo, mas ele não disse nada racista", afirmou Pastorello nesta segunda-feira. "Para ser claro, a palavra 'negro' não foi usada".
A Serie A, organizadora do Campeonato Italiano, informou à AFP que o relatório regular do "juiz esportivo" Gerardo Mastrandrea será publicado na terça-feira. O documento irá confirmar se Acerbi será investigado por abuso racial pelo incidente.
* AFP