O Marrocos busca neste sábado (10) chegar pela primeira vez em sua história a uma semifinal de Copa do Mundo. Para isso, terá que passar das quartas, em que terá pela frente Portugal, que descobriu seu potencial sem Cristiano Ronaldo, num jogo com sabor de revanche.
O astro só jogou os 15 minutos finais da goleada portuguesa por 6 a 1 sobre a Suíça nas oitavas de final. Seu substituto, Gonçalo Ramos, foi o protagonista da partida com três gols.
Se no sábado, no estádio Al-Thumama, o camisa 7 começar novamente no banco, seria a confirmação de que Portugal pode ter entrado em uma nova era 'pós-Cristiano', apostando em jogadores jovens, como afirma a imprensa portuguesa.
Mas contra uma defesa tão fechada como a do Marrocos, o técnico Fernando Santos pode optar por lançar bolas na área, onde 'CR7' teria suas chances de marcar.
O jogo é uma oportunidade para Cristiano balançar as redes pela primeira vez em um mata-mata de Copa do Mundo. Contra Gana, na fase de grupos, ele se tornou o primeiro jogador a marcar em cinco edições do torneio.
- Recordista em jogos de seleção -
Além disso, se entrar em campo, Cristiano chegará a 196 jogos por Portugal, o que o transformaria no jogador com mais partidas por uma seleção na história do futebol, igualado com Bader al-Mutawa, do Kwait.
Embora muitos tenham visto o banco como um castigo de Fernando Santos por uma suposta insatisfação de Cristiano ao ser substituído contra a Coreia do Sul na primeira fase, o técnico português afirmou que sua decisão foi "estratégica".
O jogo contra a Suíça consagrou o substituto de 'CR7', Gonçalo Ramos, que formou o ataque da equipe com Bruno Fernandes e João Félix.
Fernando Santos poderia optar por repetir o ataque que funcionou bem contra os suíços diante de um adversário que também é organizado na defesa, como o Marrocos.
Enquanto Portugal tentará repetir o resultado do último Mundial, quando derrotou por 1 a 0 na fase de grupos os 'Leões do Atlas', estes preferem pensar em sua vitória histórica sobre os portugueses em 1986 (3 a 1), que os garantiu nas oitavas de final naquela edição.
"Contra Portugal, o Marrocos é capaz de surpreender", disse à AFP o ex-jogador da seleção marroquina Abdezarrak Khairi, autor de dois gols no jogo de 36 anos atrás.
"Estamos aqui para quebrar as estatísticas e quando digo que os jogadores têm fome, é porque têm fome, não se contentam com as quartas", afirmou nesta sexta-feira o técnico da seleção do Marrocos, Walid Regragui.
- Força defensiva -
Depois de uma grande campanha na fase de grupos, em que conseguiu terminar em primeiro na sua chave, o Marrocos chega na briga por uma vaga nas semifinais como o único país árabe e africano a estar vivo neste Mundial, o primeiro disputado no Oriente Médio.
"Somos uma equipe árabe e africana. Sentimos nas redes sociais esse apoio de todo o continente, de toda a região árabe, e esses torcedores vieram animados para nos ver fazendo história. Vamos fazer história para todos", acrescentou o treinador marroquino.
A excelente campanha se deve à força defensiva do time, mas depois do jogo contra a Espanha, alguns jogadores sentiram problemas físicos.
Os zagueiro Nayef Aguerd e Romain Saiss sentiram dores na coxa e viraram dúvida para o confronto de quartas de fina.
"Sempre há incertezas, mas tomaremos a decisão no dia do jogo", advertiu Regragui após o duelo com a Espanha, a respeito de eventuais desfalques contra Portugal.
Diante dos espanhóis, os 'Leões do Atlas' não hesitaram em ceder a bola ao adversário para tentar surpreender nos contra-ataques, uma tática que podem repetir contra os portugueses, que também priorizam a posse de bola em seu jogo.
"Acho que todas as equipes que enfrentamos têm o seu estilo, têm sua maneira de jogar. Analisamos os pontos fortes e os pontos fracos do Marrocos. Será um jogo difícil e tudo pode acontecer", previu João Félix em entrevista coletiva nesta sexta-feira.
* AFP