A Croácia venceu o Marrocos por 2 a 1 neste sábado, no estádio Internacional Khalifa de Doha, e ficou com o terceiro lugar da Copa do Mundo, descendo um degrau no pódio em relação ao Mundial de 2018, enquanto os 'Leões do Atlas' saem com a melhor classificação da história para uma seleção africana.
Aperitivo da final de domingo entre Argentina e França, os perdedores das semifinais protagonizaram um duelo movimentado na batalha pela medalha de bronze.
O time croata saiu na frente aos seis minutos com uma cabeçada de Gvardiol e o Marrocos respondeu imediatamente da mesma forma com Achraf Dari (9). Mislav Orsic fez o gol da vitória para os europeus aos 42.
"É um bronze que brilha como ouro para nós. Foi um jogo duro e quero dedicar a vitória ao homem que começou tudo isto, Ciro Blazevic. Isto é para você, chefe!", comemorou o técnico da seleção croata, Zlatko Dalic, em referência ao treinador que levou a equipe pela primeira vez às semifinais, em 1998.
"Acho que o time, apesar do cansaço físico e mental, entrou no jogo muito bem, mas o futebol é assim. Temos que parabenizar os rapazes e o adversário", disse o goleiro marroquino Bono.
- Gvardiol se livra do gosto amargo das semis -
As seleções se encontraram pela segunda vez no torneio, após empatarem sem gols na estreia pela fase de grupos, muito diferente desta disputa pelo terceiro lugar.
Cinco jogos mais tarde, o placar saiu do zero rapidamente. O primeiro gol foi uma obra prima estratégica: uma finta de Luka Modric na cobrança de falta, batida por Lovro Majer até Ivan Perisic mandar para a esquerda e Gvardiol entrar de frente para cabecear para as redes.
O gol também serviu para o zagueiro de 20 apagar o gosto amargo da derrota para a Argentina na semifinal, quando Lionel Messi o tirou para 'dançar' antes de servir Julián Álvarez para marcar.
O empate marroquino saiu de um lance parecido, mas sem muito ensaio. Também depois de cobrança de falta, Majer tirou mal e colocou a bola na pequena área, onde Dari apareceu para completar para o gol de cabeça.
Com o placar em 1 a 1, a Croácia dominava com seu jogo fluido, enquanto o Marrocos se segurava apostando na organização defensiva.
Modric quase fez o seu depois de um chute venenoso que passou entre vários jogadores (24).
O craque croata enfrentou um promissor 'leão' quase duas décadas mais novo. Com apenas 18 anos, Bilal El Khannouss fez sua estreia pela seleção do Marrocos.
- El Khannouss, qualidades e carências -
O jovem mostrou suas qualidades, como na bola escorada para Sofiane Boufal, que chutou por cima (33). Mas também mostrou carências, principalmente quando foi desarmado na jogada do segundo gol da Croácia.
Depois de roubar a bola, o time croata construiu o lance pelo lado esquerdo do ataque até Orsic bater colocado, de primeira, sem chances para o goleiro Bono.
Os europeus começaram melhor no segundo tempo e Orisic quase conseguiu fazer o terceiro (47) com um chute forte que a defesa desviou para escanteio.
O Marrocos sofria e seu técnico, Walid Regragui, decidiu tirar (55) El Khannouss, a quem recebeu com um abraço paternal, para dar entrada a Azzedine Ounahi, um dos pilares da histórica campanha marroquina no Catar.
A equipe africana estava desmoronando. Dari e Jawad El-Yamiq, a dupla de zaga neste sábado, teve que ser substituída com apenas dois minutos de diferença (64 e 66). Ambos saíram com dores na coxa.
Apoiado pela torcida, a maioria entre os 44 mil presentes no estádio, o Marrocos era incapaz de chegar e se envolveu em reclamações com a arbitragem na reta final.
Nos acréscimos, Youssef En-Nesyri quase empatou em uma cabeçada que passou a poucos centímetros do travessão. Mas não dava mais. Os 'Leões do Atlas' deixam o Catar como a primeira seleção árabe e africana a chegar às semifinais de uma Copa do Mundo.
Já Croácia, um país de quatro milhões de habitantes, comemorou seu terceiro pódio em seis participações no Mundial (terceira em 1998 e 2022, vice-campeã em 2018).
* AFP