Já há alguns anos temos visto diversos estudos falando do nosso cérebro quando ficamos mais velhos. Melhor ou pior? Ou diferente?
Em 2014, o estudo The Myth of Cognitive Decline: Non-Linear Dynamics of Lifelong Learning, de Michael Ramscar, Peter Hendrix, Cyrus Shaoul, Petar Milin e Harald Baayen, da Universidade de Tubinga, na Alemanha, concluía que na idade avançada, o cérebro não perde capacidade, apenas leva mais tempo para processar toda a informação armazenada.
Similar a nossa casa cheia de coisas e lembranças que acumulamos ao longo dos anos.
Quem já mudou de casa depois de um tempo sabe bem o que é isso. Somos todos acumuladores em potencial.
Um tempo a mais que aparentemente poderia ser um problema.
Mas, em 2021, o professor Monchi Uri, da Universidade de Montreal, relatou que o cérebro do idoso escolhe o caminho que consome menos energia, elimina o desnecessário e deixa apenas as opções corretas para resolver o problema.
O que significa que o nosso cérebro vai ficando mais sagaz, que “elimina o desnecessário”, muito útil como prática de vida e não apenas como processo cerebral.
Vamos ao que interessa, economizando caminhos, conversas desnecessárias. O caminho já foi percorrido antes.
E o nosso cérebro, capaz de encurtar caminhos, tão necessária para os momentos que vivemos, das transformações instantâneas e que muitas vezes se supõem que não serão supridas pelos mais velhos, mereceu mais um estudo que apontou um outro valor.
ADULTOS MAIS VELHOS CONSEGUEM MANTER O FOCO NO QUE FAZEM E SÃO MENOS AFETADOS POR ANSIEDADE E AGITAÇÃO MENTAL QUE OS MAIS JOVENS.
Realizado por pesquisadores da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, com 1,2 milhão de pessoas, com idades entre 10 e 80 anos, revelou que a velocidade mental permanece relativamente estável entre 30 e 60 anos — mas a cautela na tomada de decisão tende a aumentar com a idade.
Ou seja, somos rápidos, economizamos caminhos, mas somos mais cautelosos.
Quando olhamos para operações do dia a dia, em especial no universo de startups ou das empresas em geral, a combinação de transformação e risco é sempre crucial.
Temos pessoas certas pra isso.
E mais, estudo do Instituto de Neurociência do Trinity College, em Dublin, publicado na revista Psychology and Aging, mostra que adultos mais velhos conseguem manter o foco no que fazem e são menos afetados pela ansiedade e agitação mental que perturbam os mais jovens.
Nesse sentido, os estudos e entrevistas realizados pela McKinsey com consumidores indicam diferenças acentuadas entre gerações, sendo a geração Z a que relata as perspectivas de vida menos positivas, incluindo níveis mais baixos de bem-estar emocional e social do que as gerações mais velhas.
Um em cada quatro entrevistados da Gen Z relatou sentir-se mais angustiado emocionalmente (25%), quase o dobro dos níveis relatados pelos entrevistados milenares e da Gen X (13% cada), e mais do que o triplo dos níveis relatados pelos entrevistados da geração baby boomer (8%).
Competências, demandas, possibilidades distintas que cada grupo aporta e ajuda a construção de novos futuros e novos valores.
Quantos estudos ainda precisamos para que as empresas passem a acreditar que a combinação geracional nas equipes de trabalho é uma boa, ou melhor, uma ótima ideia?
Como não sou um especialista, minha conclusão pode ser ingênua, mas o que tenho visto ao longo dos anos trabalhando com equipe multifacetadas é simples: cada um tem a sua contribuição.
A mágica está em encontrar a melhor fórmula de somar todos numa única proposta e solução.
E, para isso, nada melhor do que a prática.
E aí, vamos experimentar?
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