Decorridos dois anos desde o início da fase piloto para uso de drones para a entrega de alimentos, o iFood obteve neste mês de janeiro a autorização da ANAC para iniciar a operação comercial de entrega de alimentos nas cidades de Campinas e Aracajú. Em parceria com a Speedbird Aero, poderá realizar as entregas de alimentos usando os equipamentos controlados remotamente, cobrindo a distância de até três quilômetros.
“É uma conquista inédita para o Brasil e um marco histórico na aviação, mas também no desenvolvimento da sociedade humana. É o início de uma mudança que traz novas formas de agilizar as entregas, utilizando o transporte aéreo como parte de uma rota de entrega de alimentos em áreas congestionadas”, afirma Fernando Martins, head de logística e inovação do iFood. “Os drones complementam o serviço de entrega realizado pelos correios como parte da rota completa, com a retirada dos pedidos ocorrendo em droneports de mais fácil acesso.”
Fabrício Pezente, CEO e co-fundador da Traive (Crédito: Traive)
Manoel Coelho, CEO e cofundador da Speedbird Aero, acredita que com o avanço da logística aérea não tripulada, há agora um precedente a ser aproveitado para ampliar o uso do equipamento. “A redução de prazos de entrega, custos com combustível e emissão de poluentes e a otimização do tráfego terrestre são apenas alguns dos benefícios desta inovação, que decola hoje no Brasil com a autorização concedida pela ANAC ao DLV-1 NEO”, disse Manoel.
Com autorização da ANAC, a entrega com o uso de drones durante parte das rotas amplia as possibilidades de atuação e alcance em novas áreas, além de proporcionar mais um meio de transporte para reduzir o impacto ambiental da entrega de alimentos.
“Esperamos que todos possam se beneficiar dessa inovação tecnológica – incluindo consumidores que têm menos tempo para comer, nossos restaurantes e parceiros de entrega que podem ganhar mais dinheiro em menos tempo”, disse Martins.
COMO SÃO AS ENTREGAS DE ALIMENTOS POR DRONES PELO MUNDO
Austrália: A empresa Wing declara ter realizado 100 mil entregas de alimentos entre 2020 e 2021.
Canadá: Drone Delivery Canada, empresa baseada em Vaughan, realiza entregas de vários produtos principalmente em áreas de difícil acesso e rurais.
China: Meituan, empresa líder de entregas de comida na China e pertencente à Tencent, realizou nos últimos dois anos cerca de 19 mil voos de drones para atender mais de 8 mil consumidores na cidade de Shenzen, que tem cerca de 20 milhões de habitantes, e em Shanghai. Alibaba, que tem o serviço concorrente Ele.me, e a JD.com também investiram em serviços de entregas com drones.
Estados Unidos: Algumas cidades na Califórnia e na Carolina do Norte contam com as entregas de alimentos pelos drones da Flytrex, empresa israelense e uma das líderes de mercado. A empresa já realizou mais de 500 entregas e está expandindo a atuação para a cidade de Dallas. Tem também parceria com o Walmart para entregas na Carolina do Norte.
Índia: O país conta com alguns serviços em operação. O uso de drones é grande apoio em função de problemas logísticos do país. A Zypp Electric, que opera no espaço de entrega de última milha, anunciou em 2022 que está entrando no segmento de logística de drones. Para isso, a empresa fez parceria com a TSAW Drones. A empresa planeja implantar 200 drones em quatro cidades na primeira fase. Esses serviços estão planejados em todas as cidades onde a Zypp Electric opera, como Delhi-NCR, Bangalore, Hyderabad, Mumbai e Pune. De acordo com a empresa, todos os drones implantados serão equipados com compartimentos inteligentes que podem ser abertos apenas através de uma senha fornecida ao cliente, o que garantirá a segurança dos artigos no momento da entrega.
Irlanda: A empresa Manna Drone Delivery se encarrega da entrega de alimentos e outros itens usando drones em Dublin.
Reino Unido: A Amazon anunciou em 2013 que estava lançando seu projeto Amazon Prime Air de entregas por drones. Isso não ocorreu até o momento e não há muitas informações ou perspectivas.
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